Pierluigi Tosatto constrói seus personagens André (Dreco), Cássio (Busca), Jesuíno (Jê) e Manoel (Maneco) com um olhar compassivo e amoroso. Crianças que moravam em uma comunidade e estavam numa faixa entre 9 e 11 anos. Apesar de temperamentos diferentes, se tornam grandes amigos.
André “era tranquilo, pacificador e não gostava de criar e nem se meter em confusões”. Cássio, rebelde, temperamento agitado, quando se envolvia em alguma confusão seu amigo André conseguia contornar com seu jeito pacífico. Jesuíno tinha bom coração e era sempre prestativo. Uma frase que ele sempre repetia: “Sem problema! Conte comigo quando precisar”. E completando o quarteto, Manoel, o mais novo, com 9 anos, puxava de uma perna, sequela de poliomielite. Franzino e cordato, contava com a proteção dos amigos contra o bullying que sempre acontecia.
Apresentados os amigos de infância, o autor acelera a narrativa quando, já adultos, Jesuíno trabalhava com táxi, André se formou em medicina e Cássio em jornalismo. Os três — sem perceberem exatamente o que estava acontecendo — se veem no turbilhão de um imbroglio que envolve crime, polícia, corrupção, opressão dos poderosos.
Outros personagens vão se delineando nessa trama cujos elementos são comuns em cidades grandes e frequentam diariamente as manchetes dos jornais.
Certo dia, uma mulher loura, aparentando uns 40 anos, entra no táxi de Jesuíno e pede-lhe para levá-la até uma importante imobiliária, diz que não vai demorar e que é para ele esperá-la.
“Minutos depois o silêncio foi rompido pelo barulho de dois estampidos secos seguidos por outros dois”. A misteriosa passageira sai da imobiliária e pede ajuda a Jesuíno.
Daí em diante a história entra num ritmo frenético, pois essa mulher tinha assuntos a resolver com seu ex-patrão, um magnata do ramo imobiliário... que usava o escritório como fachada para atividades diversas, incluindo negociatas, lavagem de dinheiro e tráfico de mulheres.
O foco dos acontecimentos agora apontava para cada um dos três amigos, pulando vertiginosamente de Jesuíno para André e atingindo Cássio em cheio que, por sua persistência e meticulosidade, agarrou firme o fio da meada que ligava a mulher ao magnata e aos lances que se vão se entrelaçando nessa história policial cheia de emoções, reviravoltas e desfecho surpreendente.
Pierluigi Tosatto sabe contar uma história de forma envolvente. Quando nos damos conta já chegamos à última página.
Isso não é Hollywood... mas bem que poderia ser.
João Baptista Pinto
Editor
Sobre o autor
Pierluigi Tosatto (que familiares e amigos chamam de Piero), filho de Gino Tosatto e Rosa Ardiccioni Tosatto, nasceu em 27 de novembro de 1944, em Asmara, capital da Eritreia, naquela época uma possessão italiana. Veio para o Brasil em 1951,
naturalizando-se brasileiro em 1968. É casado com Dilma Secioso Tosatto, com quem teve os filhos Patrícia Andréia e Alessandro Gino.
Formou-se geólogo pela Escola de Geologia da UFRJ, em 1967, e fez diversos cursos de pós-graduação nessa área. Durante 38 anos de sua vida profissional trabalhou no Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM onde ocupou cargos de chefia, coordenações, representações e a sub-direção distrital no Rio de Janeiro. Foi o autor do projeto da criação do Museu de Ciências da Terra e da Curadoria da Memória Geológica do DNPM. É autor e co-autor de vários trabalhos técnicos publicados e inéditos. Aposentou-se em 2006.
Sempre escreveu sobre diversos temas e tem diversas obras inéditas. Entre seus trabalhos publicados estão:
“Um Palácio Que Foi dos Estados”, 1992; “Um Palácio na História Geológica Brasileira”, 1994 (2ª edição em 1997); “Imagens do Brasil no Tempo de Derby”, 1998; “Orville A. Derby – O Pai da Geologia do Brasil”, 2001; “Geodiversidade – Sobre a Construção das Geociências”, 2005; “A História do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM (Das Origens até 2017)” - (em editoração); “Momentos”, 2018; “Aquarela de Poesias”, 2019.
Trabalhos inéditos: “Coquetel de Poesias”, 1965; “Escrevendo...”, 1981; “Sonhando-te”, 1983; “Museu de Ciências da Terra”, 2001; “Imagens do Rio de Janeiro no Tempo de Derby”, 2004; “As Abelhas”. Uma introdução ao estudo desses insetos, 2013; “Paróquia Santa Margarida Maria”, 2013 (divulgado no site da paróquia); “A Exposição Nacional de 1908 e a Urbanização que a Sucedeu”, 2018; “O Rio de Janeiro em Fotos da Década de 1950”, 2018; “Centro de Tecnologia Mineral – CETEM – 40 Anos”, 2018; “Retalhos de Minha História”, 2018; “Imagens do Brasil de Outrora”, 2019. Várias histórias infantis (escritas na década de 1970).
Tem como hobbies a pintura e a fotografia.
Em 2008 foi agraciado com o título de Comendador da Sociedade Memorial Visconde de Mauá, fazendo parte do seu Gabinete de Conselheiros.