O mundo-texto arqueológico amazônico: do inferno verde ao Novo El Dorado

· Letra Capital Editora LTDA
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Diversos têm sido os temas que discutidos entre os arqueólogos, nas últimas décadas, relacionados aos aspectos práticos das metodologias ou, como é o caso deste livro, às reflexões sobre as teorias sugeridas pelas diversas gerações que pesquisaram no solo amazônico. Neste conjunto variado, entretanto, as questões relativas às tendências das teorias arqueológicas surgem de maneira mais constante do que no passado.

Com certeza, este fato se deve à progressiva tomada de consciência da necessidade de se fazer revisões críticas, de tempos em tempos, sobre o amplo e variado campo de conhecimento da arqueologia: seus conceitos fundamentais, as referências teóricas às tendências em voga ou simplesmente e as diversas teorizações atualmente disponíveis na produção intelectual dos arqueólogos. Estas revisões produzem importantes debates, conectados muitas vezes com as discussões epistemológicas que estão em curso atualmente nos campos do conhecimento das ciências sociais, com as quais a arqueologia se posiciona, face a face e de maneira interdisciplinar.

Por teoria do conhecimento ou por epistemologia das ciências, entenda-se a perspectiva crítica que assumimos hoje face à crise do conhecimento científico ocorrida na segunda metade do século XX. Seu objeto de estudo é a própria ciência, ou seja, a produção do conhecimento científico nos férteis terrenos explorados pelos arqueólogos.

Não podemos nos questionar, como fazem alguns, de maneira apressada, se esse fenômeno não é decorrente da constatação de uma possível crise da arqueologia. Ela é originada em algumas das atuais tendências surgidas no campo do conhecimento científico como um todo. Trata-se, antes de tudo, de uma posição racional face às incertezas surgidas em relação à aplicação irrestrita dos grandes paradigmas. Poderíamos ainda acrescentar que muito destas incertezas, no campo das teorias, se deve à inevitável ampliação dos territórios da pesquisa.

Temos consciência que, atualmente, as relações inter e transdisciplinares são o produto da busca deliberada das fronteiras das práticas de pesquisa e da mescla com as atividades de outros domínios vizinhos. A perda de especificidade de seu objeto de estudo e a sua pluralidade das temáticas não possibilitam mais o uso de modelos homogéneos e específicos de análise, como foi durante muito tempo defendido pelos arqueólogos.

Para se avaliar e compreender melhor os problemas da disciplina na atualidade, na bacia amazônica, é necessário fazer alguns comentários retrospectivos das tendências teóricas da arqueologia contemporânea. Tatiana realiza este exercício, procurando refletir sobre certas questões epistemológicas que nortearam nossa disciplina.

Ela parte de uma posição que julgamos válida: o arqueólogo e sua disciplina deveriam constituir sempre um primeiro tema de debate entre nós...

Sobre o autor

Doutora e Mestre, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2012), com área de concentração em Sociedade, Cultura Material e Povoamento,. Graduação em Licenciatura e Bacharelado em História pela Universidade Federal do Amazonas (2003). Atualmente é arqueóloga responsável pelo Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça, SEC/AM (2014) e Professora do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Mestrado em Ciências Humanas, Área de Concentração: Teoria, História e Crítica da Cultura (2016). Foi professora do curso de Graduação em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do curso de Arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Experiência em pesquisa e produção bibliográficas voltadas para temas que envolvam as relações entre Cultura Material, História e Arqueologia da Amazônia, Memória, Identidade e Patrimônio. Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq - NIPAAM - "Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica. Coordena o projeto Universal CNPq de pesquisa Arqueologia, Patrimônio e Cultura: A cura para as feridas recentes e antigas na Belle Époque Amazônica (2017). E faz parte do Projeto de Pesquisa Indicadores Antrópicos: fatores socioambientais e patrimoniais na tradução de índices de antropização em povos e comunidades amazônidas (Procad-Amazônia 2018/CAPES).

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