Silvia Federici é uma intelectual militante de tradição feminista marxista autônoma. Nascida na cidade italiana de Parma em 1942, mudou-se para os Estados Unidos em 1967, onde foi cofundadora do Coletivo Feminista Internacional, participou da Wages for Housework Campaign [Campanha pelo salário para o trabalho doméstico] e contribuiu com o coletivo Midnight Notes. Durante os anos 1980, foi professora na Universidade de Port Harcourt, na Nigéria, onde acompanhou a organização feminista Women in Nigeria e contribuiu para a criação do Comitê para a Liberdade Acadêmica na África. Na Nigéria, pôde ainda presenciar a implementação de uma série de ajustes estruturais patrocinada pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, processo no qual se inspirou para escrever sua obra-prima, Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva (Elefante, 2017 [2023]). Atualmente, Silvia Federici é professora emérita da Universidade de Hofstra, em Nova York. É também autora de O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista (Elefante, 2019) e Reencantando o mundo: feminismo e a política dos comuns (Elefante, 2022).