No primeiro romance da consagrada jornalista Míriam Leitão, o leitor não encontra espaço para respirar. É uma história de paixões extremas, sobre tempos extremos, urdida com sutileza e convicção. Uma viagem às vezes em quase delírio pelos flagelos da escravidão, no século XIX, e os subterrâneos do regime militar, no século XX.
A narrativa se passa no século XXI, mas as linhas temporais são rompidas. Assim, as paredes centenárias da fazenda, o cemitério onde eram lançados os negros que chegavam ao cais do porto do Rio de Janeiro à beira da morte, após a travessia do Atlântico, e as celas das prisões arbitrárias promovidas pela ditadura dialogam entre si quase como personagens, na busca por verdades escondidas.
No entremeio, as relações tormentosas entre pais e filhos e entre irmãos tecem uma trama densa e ousada que revisita passados que o Brasil tem preferido deixar acobertados pelo silêncio.
Como ficcionista, Míriam Leitão mantém a mesma postura que marcou sua trajetória de jornalista: não faz perguntas fáceis. Nem abre caminhos para zonas de conforto.
Tempos extremos é a audaciosa estreia de Míriam Leitão como romancista.
Relato envolvente que mescla acontecimentos do presente, do século XIX e da ditadura militar.
A autora é a uma jornalista das mais premiadas do país, tendo conquistado o prêmio Jabuti de Não Ficção em 2012. Já recebeu os prêmios Jornalismo para Tolerância, Jornalismo Econômico, concedido pela Ordem dos Economistas do Brasil, e o Prêmio Esso de Informação Científica, Tecnológica ou Ambiental.
“Escrever ficção era um sonho antigo que eu acalentava secretamente, no meu cotidiano árido do jornalismo econômico. Foi uma experiência forte e apaixonante. No início lutei contra a história e mandei embora os personagens; depois me deixei levar até o ponto-final.” Míriam Leitão
“Uma prosa leve e precisa (...) Míriam nos força a refletir sobre as mazelas da sociedade brasileira.” Edmar Lisboa Bacha, em O Globo
“Míriam Leitão, admirável colunista.” Rubem Fonseca
“Sensível e feminina, Míriam ajuda a expandir o território ocupado pelas mulheres.” Portal dos Jornalistas
Míriam Leitão é de Caratinga (MG). É jornalista de TV, rádio, jornal e mídia digital. Em cinquenta anos de profissão, recebeu diversos prêmios, entre eles o Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia de Nova York. Como escritora, ganhou o Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção em 2012 por Saga brasileira. Também pela Intrínseca publicou História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI (2015), A verdade é teimosa (2017), a coletânea de crônicas Refúgio no sábado (2018), com a qual foi finalista do Jabuti, A democracia na armadilha (2021) e Amazônia na encruzilhada (2023).