Toda a esperança está perdida. Vagando entre as estrelas em uma cápsula habitável. Em uma nave espacial. Muito, muito longe de todas as colônias humanas. Você está perdido.
Toda a esperança está perdida — era o que você pensava há pouco, até que seu companheiro de IA o acordou com sua voz alta proclamando: "Adivinha o que eu encontrei? Você, humano, pode me agradecer mais tarde."
Você abre os olhos e vê uma parede de massa vermelha e amarela se apresentando em qualquer direção, até onde a janela frontal do convés do capitão permitisse. Então, outra característica chama sua atenção, um leve tom azulado, visível especialmente bem na curva lateral. Um planeta. Não qualquer planeta, mas um planeta com atmosfera de oxigênio. "Você traçou o curso para a reentrada? Há alguma forma de comunicação vindo dele?", você pergunta à IA.
Ele responde: "Há uma raça de máquinas semi-inteligentes pairando em torno desta rocha. E sim, sabendo que você estaria imensamente interessado, eu estabeleci o curso para a reentrada. Na verdade, usei minha capacidade computacional quase infinita para calcular o tipo de ângulo e velocidade de reentrada que levaria a resistência da nossa nave ao máximo e nos colocaria em terra no menor tempo possível." Quando seu companheiro termina de falar, você começa a notar um som crescente, semelhante ao que provavelmente soaria um trem do século XIX. Ao mesmo tempo, um intenso brilho alaranjado começa a substituir a visão do planeta. Sua brilhante inteligência artificial estabeleceu um ângulo de reentrada quase perpendicular. Isso está começando a ser cansativo.
Atualizado em
4 de out. de 2014