Uma disputa de poder entre o submundo da política e travestis paulistanas.
Estamos em 2009. Lula segue no auge do poder, o Brasil compõe o grupo dos BRIC e os poços do pré-sal começam a jorrar otimismo. Em uma mansão no interior de São Paulo, durante os feriados de Páscoa, seis políticos e empresários bem-sucedidos se reúnem para articular a criação de um novo partido. Usando a estrutura partidária, esses homens almejam acesso fácil aos cofres do Estado, com um olho no porvir alvissareiro.
Sonha-se com aquilo que finalmente vai se tornar real: a idade de ouro do Brasil. O encontro tem tudo para dar certo, não fossem dois imprevistos. Primeiro, a visita de um ex-capitão do exército, que os colocará em xeque. Depois, a entrada em cena das Afrodites da Pauliceia, trupe de travestis exuberantes. Sob o comando da veterana Vera Bee — professor universitário durante o dia, que à noite se monta e fornece cocaína à clientela —, elas são convidadas para alegrar o final dos trabalhos. Nas noites de excesso que se seguem, os antagonismos se acirram. O poder, disputado a ferro e fogo, apontará para um caminho tragicômico, em que não há heróis, nem inocentes. O Brasil vai acordar do seu sonho esplêndido.
JOÃO SILVÉRIO TREVISAN nasceu em 1944. Ativista na área de direitos humanos, fundou em 1978 o "Somos", primeiro Grupo de Liberação Homossexual do Brasil. Tem catorze livros publicados, sejam ensaios, romances ou contos. Entre outros, é autor do romance Pai, Pai e do já clássico estudo multidisciplinar Devassos no Paraíso. Realizou também trabalhos como roteirista e diretor de cinema, dramaturgo, tradutor e jornalista. Recebeu três vezes os Prêmios Jabuti e da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA). Em 2018, foi finalista dos Prêmios Jabuti e Oceanos.