Águas-vivas não têm ouvidos

· Fósforo
I-Ebook
200
Amakhasi
Kufanelekile

Mayelana nale ebook

Louise F. habita uma margem invisível entre dois mundos. Surda oralizada, desde os cinco anos precisa preencher as lacunas provocadas por uma deficiência auditiva, atravessando o que descreve como "ondas movediças do silêncio". As horas que passou treinando leitura labial, interpretando, deduzindo e reconhecendo sons esparsos fizeram com que ela transitasse no mundo dos ouvintes, mas sem deixar de sentir as dificuldades próprias das pessoas com surdez. Com o tempo, a perda auditiva de Louise progride, e chega um momento em que ela precisa decidir se opta pelo implante coclear ou mergulha de uma vez no silêncio. A falta de contornos não é limitadora, ao contrário, a partir da ambivalência da personagem, Adèle Rosenfeld constrói uma narrativa delicada e imaginativa, que oferece novas miradas sobre a realidade de Louise, que é também a sua. Em Águas-vivas não têm ouvidos, os vestígios das palavras se transformam em presença, e da fantasia da protagonista emergem figuras que acompanham seus percalços para se ajustar às expectativas de um mundo que não a reconhece: um soldado inglês a ajuda a decifrar as palavras; um cachorro a segue para todos os cantos e uma botanista a auxilia na manutenção de um herbário sonoro, espécie de diário de ruídos cotidianos em que Louise, na urgência de preservar sons dos quais tem memória, arquiva a sirene dos bombeiros, o rugir da tempestade e o chiado da fritura de cebolas. Neste romance repleto de humor e poesia, os leitores estão submersos na imaginação vívida de sua protagonista, guiados por uma escrita onírica e sensível em que os sons têm cores, o ato de comunicar torna-se uma investigação no estilo detetivesco e as palavras se materializam, ganham corpo e escapam em um ritmo próprio. Na busca de reconciliação e autorreconhecimento, Louise se embrenha nos buracos da linguagem que conhece tão bem e a que tem tão pouco acesso. Estrangeira na própria língua, invisível na própria deficiência, resta a ela a tarefa de encontrar, como acontece com as águas-vivas, o equilíbrio e a sensibilidade para orientar seu caminho.

Mayelana nomlobi

Nasceu em 1986, na França. Formada em escrita criativa pela Universidade Paris-8, trabalha há mais de dez anos no mercado editorial francês. Águas-vivas não têm ouvidos é o seu primeiro romance e foi finalista do prêmio Goncourt em 2022.

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