""antes do Freeport, houve a Ota"... Quando o primeiro sem-abrigo aparece morto com dezoito facadas junto à BasÃlica da Estrela, ninguÊm mostra grande interesse. Nem o inspector Joel Franco, responsÃĄvel pela investigaçÃŖo na SecçÃŖo de HomicÃdios da PolÃcia JudiciÃĄria, nem o presidente da CÃĸmara Municipal de Lisboa (que precisa de dar a imagem de uma cidade tranquila aos seus investidores estrangeiros), nem a jornalista Eunice Neves, que trata dos casos de polÃcia no seu programa O Crime Nosso de Cada Dia. Para a PolÃcia, a morte violenta de um sem-abrigo cuja identidade Ê quase impossÃvel de determinar nÃŖo Ê uma ocorrÃĒncia a que se possa dedicar muito tempo. Mas a situaçÃŖo altera-se na manhÃŖ seguinte: aparecem mortos, da mesma maneira, mais dois sem-abrigo na Baixa de Lisboa. E, dois dias depois, sÃŖo trÃĒs os sem-abrigo atacados. O serial killer começa, porÊm, a deixar pistas - e estas apontam para um culto satÃĸnico, mas tambÊm para a maçonaria. Com o medo a instalar-se em Lisboa, onde o assassino vai multiplicando os seus actos de violÃĒncia, e enquanto Joel Franco começa a descobrir as origens desta vaga de crimes, o presidente da CÃĸmara de Lisboa e um seu discreto aliado na prÃŗpria PJ percebem quem Ê o autor das mortes: o homem que quiseram transformar em bode expiatÃŗrio quando começou a correr mal o comÊrcio ilÃcito de terrenos na zona do projectado aeroporto da Ota. No qual pontificara o presidente da CÃĸmara quando ainda era ministro do Ambiente... E em breve vÃŖo estar frente a frente dois homens que, à sua maneira, procuram justiça: o assassino propriamente dito e Joel Franco, que tenta vingar a morte de um amigo de infÃĸncia em cada homicida que persegue. à bem provÃĄvel que ambos desafiem a antiquÃssima norma que regula a sociedade humana: "NÃŖo matarÃĄs.""