Em âA mÃĢo e a luvaâ percebemos claramente a tÃīnica dos romances dos anos mil e oitocentos (sÃĐculo XIX), ou seja, a ascensÃĢo social atravÃĐs do casamento, geralmente por interesse e nunca por amor verdadeiro. No texto citado temos: Guiomar, jovem de origem modesta que vÊ no matrimÃīnio uma forma de ascensÃĢo social. TrÊs pretendentes: EstÊvÃĢo (o protÃģtipo do herÃģi romÃĒntico) sonhador, sincero e previsÃvel; Jorge, primo de Guiomar, superficial, preguiçoso, vive a custa da famÃlia; e LuÃs Alves (âÚnico com nome e sobrenomeâ) ambicioso, astuto e polÃtico no sentido real da palavra (primeiro candidato e depois deputado). ApÃģs uma pequena complicaçÃĢo (a baronesa, uma espÃĐcie de mÃĢo adotiva de Guiomar quer vÊ-la casada com Jorge, mas âinduzidaâ por Mrs. Oswald, sua dama de companhia, âconsenteâ o casamento com LuÃs Alves, fato apreciado por Guiomar). Realiza-se o casamento entre LuÃs Alves e Guiomar (ÃĐ o encontro da mÃĢo com a luva) como estÃĄ no Último capÃtulo do romance (â... Guiomar, que estava de pÃĐ defronte dele, com as mÃĢos presas nas suas, deixou-se cair lentamente sobre os joelhos do marido, e as duas ambiçÃĩes trocaram o Ãģsculo fraternal. Ajustavam-se ambas, como se aquela luva tivesse sido feita para aquela mÃĢo.â).
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