* Livro vencedor do National Book Award de melhor obra traduzida de literatura.
Aos 71 anos, Raimundo decide aprender a ler e a escrever. Nascido e criado na roça, não foi à escola, pois cedo precisou ajudar o pai na lida diária. Mas há muito deixou a família e a vida no sertão para trás. Desse tempo, Raimundo guarda apenas a carta que recebeu de Cícero, há mais de cinquenta anos, quando o amor escondido entre os dois foi descoberto. Cícero partiu sem deixar pistas, a não ser aquela carta que Raimundo não sabe ler — ao menos até agora.
Com uma narrativa sensível e magnética, o escritor cearense Stênio Gardel nos leva pelo passado de Raimundo, permeado de conflitos familiares e da dor do ocultamento de sua sexualidade, mas também das novas relações que estabeleceu depois de fugir de casa e cair na estrada, ressignificando seu destino mais de uma vez.
"A magnitude deste romance está, primeiro, na invenção de um enredo poderoso sobre a dor da exclusão — a exclusão da miséria, do analfabetismo, da solidão, do preconceito. E se completa com a força da linguagem que molda a história, palavra a palavra, na tradição dos grandes narradores brasileiros." — Socorro Acioli, autora de A cabeça do santo
STÊNIO GARDEL nasceu em Limoeiro do Norte, interior do Ceará, em 1980. Trabalha no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará e é especialista em Escrita Literária. Desde 2017 tem participado de diversas coletâneas de contos. A palavra que resta é seu primeiro romance e foi escrito durante os Ateliês de Narrativa ministrados pela escritora Socorro Acioli em Fortaleza. Em 2023, ao lado da tradutora Bruna Dantas Lobato, Gardel recebeu o National Book Award de melhor obra traduzida de literatura, pela edição em inglês de A palavra que resta, The Words that Remain.