Quando pensamos, hoje, no âmbito da ação da Universidade do Minho, a referência espacial não pode ser entendida senão como sinédoque, como expressão do todo pela parte. Na verdade, as instituições universitárias atuam, em permanência, no quadro de uma tensão e de uma articulação, que tem de ser produtiva, entre o global e o local, atendendo em simultâneo à necessidade da vinculação territorial, mas também à projeção internacional da sua atividade.
Nesta medida, a Universidade quer ser uma instituição que se inscreve na Cidade, entendida, como o título desta publicação sugere, ao explorar a polissemia da palavra, como o lugar dos cidadãos. A opção pela referência ao território não implica, pois, qualquer redução da esfera de ação da Universidade, qualquer restrição da sua vocação universal.
Excerto do prefácio
Maria Manuel Oliveira, arquiteta pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto (1985) é, desde 1997, docente na Escola de Arquitetura da Universidade do Minho. Desenvolve prática arquitetónica no âmbito do Centro de Estudos (CEEAUM) - que fundou e foi Diretora entre 2009 e 2016. Foi Presidente de Escola (2015-2018). Membro do Laboratório de Paisagens, Património e Território (LAB2PT), os seus interesses de investigação centram-se, atualmente, no campo da intervenção em património edificado e áreas de abandono na cidade. Exerceu profissão liberal entre 1988 e 2002, tendo anteriormente trabalhado no Gabinete de Planeamento Urbanístico da Câmara Municipal de Guimarães, lecionado no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Engenharia da Universidade de Angola (Luanda) e na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), onde integrou o seu Centro de Estudos.