«Nasci rafeiro, cruzamento de mastim espanhol e cão?de?fila brasileiro. Quando era cachorro, tive um daqueles nomes ternos e ridículos que põem aos cãezinhos recém?nascidos, mas já passou muito tempo desde então. Já me esqueci. Há muito que todos me chamam Negro.» Há vários dias que no bebedouro de Margot, local onde se reúnem os rafeiros do bairro, não há notícias de Teo nem de Boris. Por detrás deste desaparecimento adivinha-se algo tão sinistro que os restantes cães estão em permanente estado de alerta. Seguramente não se trata de nada de bom – é essa a desconfiança de todos e a certeza de Negro, que traz ainda no focinho e na memória as cicatrizes das lutas de outrora. Para ele, a sobrevivência é uma questão de instinto e de experiência. Leal e destemido, Negro embarca então numa perigosa viagem ao passado em busca dos seus dois grandes amigos. Neste romance negro assombroso, divertido e ao mesmo tempo esmagador, Arturo Pérez-Reverte narra, com a mestria de sempre, as aventuras de um cão num mundo bem diferente do dos humanos. Um mundo que se rege pelas mais elevadas regras – lealdade, inteligência e companheirismo – onde não há lugar para o politicamente correto ou para as convenções sociais. Um mundo em que por vezes há clemência para os inocentes e justiça para os culpados. Pleno de tensão dramática, Cães Maus Não Dançam brinda-nos com uma metáfora sobre a vida e os seus valores (ou a falta deles).