Até onde chega a sonda: escritos prisionais

· Fósforo
Libro electrónico
144
Páginas
Apto

Acerca de este libro electrónico

Durante o Estado Novo, Patrícia Galvão, mais conhecida como Pagú — com acento, tal como assinava —, foi condenada por atividade comunista e detida em diversas prisões de São Paulo e do Rio de Janeiro entre 1936 e 1940, ocasião em que escreveu este texto. Até onde chega a sonda, de 1939, permaneceu inacabado e inédito até o presente momento, sendo uma de duas versões existentes. Trata-se, antes de tudo, de um escrito prisional que pode agora integrar um rol de livros do gênero, como os de Lima Barreto, Maura Lopes Cançado, Graciliano Ramos, Dyonélio Machado, entre outros. Diferente de todos os seus textos anteriores conhecidos, aqui se vê a face interior de Patrícia Galvão. O contexto de angústia e de tortura física e psicológica é refletido no livro a partir de um forte teor existencialista, de repúdio à racionalidade e de busca constante por salvação. As referências a As flores do mal, de Charles Baudelaire, à Bíblia e aos escritos de Pascal dão pistas para a leitura, que se transforma em verdadeira sondagem. O manuscrito combina monólogos de alguém no limiar da loucura com passagens de um diálogo amoroso entre dois personagens: Mulher e Homem Subterrâneo, este, clara alusão à Memórias do subsolo, de Fiódor Dostoiévski. A linguagem cifrada e a opção pela correspondência amorosa talvez tenha sido o modo encontrado para driblar a censura e revelam o quanto Patrícia estava conectada com seu tempo, desenvolvendo ideias filosóficas e imagens literárias que reverberariam em trabalhos posteriores, por exemplo, A famosa revista ou as crônicas dos jornais A Noite e A Tribuna. Antecedido por um prefácio em que Silvana Jeha e Eloah Pina contextualizam a obra da autora, destrincham as principais referências intelectuais do texto e indicam possíveis caminhos para mais estudos, o livro conta ainda com documentos do prontuário da autora no Deops, incluídos como anexos, que contrastam com a imagem cristalizada pela opinião pública — um manifesto inédito, a cronologia da autora, uma carta militante e listas de livros apreendidos que desmistificam os sensos comuns sobre essa intelectual pouco estudada. Cuidadosamente organizado por Jeha, Até onde chega a sonda é, portanto, uma nova porta de entrada ao universo de Patrícia Galvão; uma contribuição aos estudos e ao entusiasmo diante dessa mulher que foi, acima de tudo, símbolo de resistência.

Acerca del autor

Nasceu em 1910, foi jornalista, desenhista, cronista, tradutora, crítica, dramaturga e poeta. Assinou com diversos pseudônimos, sendo Pagú o mais conhecido deles. Como Mara Lobo publicou Parque industrial, como King Shelter, contos policiais reunidos em Safra macabra. Além desses e de suas crônicas em jornais, escreveu em coautoria com seu marido Geraldo Ferraz o romance A famosa revista. Morreu em 1962. O relato Pagu: autobiografia precoce foi publicado postumamente.

Califica este libro electrónico

Cuéntanos lo que piensas.

Información de lectura

Smartphones y tablets
Instala la app de Google Play Libros para Android y iPad/iPhone. Como se sincroniza de manera automática con tu cuenta, te permite leer en línea o sin conexión en cualquier lugar.
Laptops y computadoras
Para escuchar audiolibros adquiridos en Google Play, usa el navegador web de tu computadora.
Lectores electrónicos y otros dispositivos
Para leer en dispositivos de tinta electrónica, como los lectores de libros electrónicos Kobo, deberás descargar un archivo y transferirlo a tu dispositivo. Sigue las instrucciones detalladas que aparecen en el Centro de ayuda para transferir los archivos a lectores de libros electrónicos compatibles.