"Luís da Cunha era trigueiro; tinha a pele bronzeada da cara pegada aos ossos, que lhe saíam, principalmente os malares, em proeminências cadavéricas. Os bordos das órbitas muito salientes contribuíam muito para que o brilho dos olhos negros e grandes luzisse mais na escuridão das cavernas, debruadas sempre de um anel bastante escuro para destacar da cor geral de azeitona. O nariz era notável pela ausência total do cavalete. A boca não se lhe via, coberta pelo bigode espesso, que se não encaracolava nas guias, e caía em luzentes recurvas sobre ambos os lábios. Ora aqui está o que é um homem feio. Perguntava muita gente a razão fisiológica da cor africana de Luís, tão diversa da alvura inglesa de seu pai João da Cunha e Faro, que, por esse tempo, contava quarenta e cinco anos, e passava ainda por um dos belos homens de Lisboa."