Você acredita em fantasmas? Charles Dickens acreditava. Tanto que foi um dos primeiros membros do Th e Ghost Club, de Londres, uma sociedade dedicada à investigação de fenômenos paranormais, fundada em 1862, que permanece em atividade até os dias de hoje (www.ghostclub.org.uk). Mas o interesse do escritor pelo assunto é bem anterior a isso e data de sua infância, nele se misturando a curiosidade pelo sobrenatural e o amor à literatura. Durante os primeiros anos de sua infância, Dickens esteve aos cuidados de uma babá chamada Mary Weller, que, segundo o depoimento do autor, era uma fantástica contadora de histórias e tinha um gosto muito particular pelas histórias de fantasmas. Quando Miss Weller deixou a família Dickens, o pequeno Charles já era alfabetizado e supriu a ausência da narradora doméstica comprando semanalmente uma revista intitulada The Terrific Register, especializada em contos de terror e mistério. Quando adulto, o interesse pelo sobrenatural não desapareceu, resultando em diversos contos de fantasmas ou ghost stories, entre os quais se destacam os que compõem este volume. O que se espera de uma boa história de fantasmas é que ela provoque medo no leitor, colocando-o diante da incômoda emergência do sobrenatural em meio à realidade cotidiana.