a massa consome estrume
pelos olhos e ouvidos,
a massa tem um desejo
voraz
qualquer coisa é devorado
por ela como um manjar !
a massa come lixo,
o lixo que os abastados descartam.
o chorume formado no estômago
fermenta...
e a massa peida
e a massa arrota...
peida e arrota,
mas não defeca.
a gente da massa não tem
modos;
a gente da elite a sufoca
a oprime
e dela rouba todos os inexistentes direitos
de digestão, de vida...
e ela?
ela apenas peida e arrota.
Sem meias verdades, Édier William constrói sua poética doando às minorias, por meio palavra, a voz, o grito, o protagonismo e o empoderamento.
Romancista, contista, poeta, preto, roteirista, ator, gay, cineasta, amante.