Nascida em 1904 no município Vélez-Málaga, região da Andaluzia (Espanha), María Zambrano Alarcón foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Miguel de Cervantes em 1988, um dos mais importantes prêmios literários da língua espanhola. Filha de professores, passou boa parte da infância em Segóvia, antes de partir à capital da Espanha e iniciar seus estudos em filosofia na Universidad Central de Madrid, onde conheceu os mestres José Ortega y Gasset, García Morente, Julián Besteiro e Xavier Zubiri, que se tornariam suas referências – principalmente Ortega y Gasset. Posteriormente, lecionou em algumas instituições, incluindo como substituta de Zubiri em Metafísica na Universidad Central, numa época em que poucas mulheres tinham sequer visibilidade. Zambrano também contribuiu para alguns periódicos na década de 1930, como a Revista de Occidente, a Cruz y Raya e Hora de España, antes de se exilar por razões políticas durante a Guerra Civil Espanhola, período em que vivenciou os horrores da ditadura por estar do lado dos republicanos. Durante o exílio, passou por diversos países, inclusive nas Américas, e teve contato com nomes ilustres como Octavio Paz e Albert Camus, retornando à Espanha somente em 1982, onde faleceu no ano de 1991. Esse período também rendeu grande parte da produção de sua obra, entre ensaios filosóficos e literatura, que deu a Zambrano o título de pensadora espanhola mais importante do século XX.