Francesco Petrarca contava apenas 23 anos quando mergulhou em uma obsessão amorosa e platônica pela enigmática Laura. Sua paixão distante durou uma vida inteira e inspirou grande parte da obra poética do autor, que, com uma métrica rígida e fluidez admirável, consolidou a forma singular do soneto.
Conhecido como o "pai do humanismo", Petrarca foge das convenções da época e se situa no limiar entre dois mundos: uma religiosidade intensa e um olhar que se volta para o próprio indivíduo. Seus poemas dedicados à amada celebram a tempestuosidade do sentimento amoroso, instilando no coração tanto o júbilo quanto a angústia.
FRANCESCO PETRARCA nasceu em 22 de julho de 1304, em Arezzo (Itália), e faleceu em 18 de julho de 1374, em Arquà, próximo a Pádua, onde passou os últimos anos de sua vida. Além de sua vasta obra sobre filosofia e religião, escrita predominantemente em latim, idioma erudito de seu tempo, Petrarca é reconhecido como poeta sobretudo pela coletânea de 366 poemas, 317 dos quais em forma de soneto, compilada com o título de Canzoniere. Parte dos sonetos que compõem a coletânea fala de Laura, por quem ele se apaixonou ao vê-la pela primeira vez em 1327, na igreja de Santa Clara, em Avignon.