Frankenstein: Contado por Ruy Castro

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Eles o escorraçavam de todos os ambientes como se ele fosse um monstro. Ninguém queria saber de seus sentimentos, nem ligava para o fato de que talvez ele tivesse uma alma. Foi então que ele começou a matar.
Bem, vamos ser justos: ele era mesmo um monstro, mas tinha motivos para isso. E foram esses motivos que o tornaram o personagem mais importante da literatura de horror.

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Acerca do autor

Nasceu em Londres, em 1797, filha de William Godwin e Mary Wollstonecraft, célebres escritores radicais da época. A mãe de Mary morreu de forma trágica onze dias depois de dar à luz. Sob a tutela consciente e especializada de Godwin, Mary teve uma infância intelectualmente estimulante, embora emocionalmente carente. Em 1814, foi apresentada ao então desconhecido Percy Bysshe Shelley, por quem logo se apaixonou, e em julho daquele ano os dois fugiram para o continente. Em dezembro de 1816, depois de a primeira esposa de Shelley, Harriet, ter cometido suicídio, Mary e Percy se casaram. Dos quatro filhos do casal, apenas Percy Florence sobreviveu. Viveram na Itália entre 1818 e 1822, quando Shelley morreu afogado no naufrágio de seu barco Ariel numa tempestade. Mary voltou com Percy Florence para Londres, onde continuou a viver como escritora profissional até sua morte, em 1851. A ideia de Frankenstein surgiu em 1816, quando Mary Godwin passou o verão com Percy Shelley às margens do lago de Genebra, onde Lorde Byron também estava hospedado. O estímulo para que começasse a escrever o conto original veio depois de Byron sugerir um concurso de histórias de fantasmas. O próprio Byron produziu "Um fragmento", o qual mais tarde inspirou seu médico, John Polidori, a escrever "O vampiro: um conto". De volta à Inglaterra, Mary completou sua história, publicada como Frankenstein ou O Prometeu moderno, em 1818. Entre seus outros romances estão The Last Man, uma história distópica ambientada no século XXI (1826), Perkin Warbeck (1830), Lodore (1835) e Falkner (1837). Além de várias colaborações, com contos e ensaios para publicações como Keepsake e Westminster Review, contribuiu com diversos ensaios biográficos para a Cabinet Cyclopaedia (1835, 1838-9), editada por Dionysius Lardner. Entre seus outros livros estão a primeira edição coligida da Obra poética de P. B. Shelley (4 vols., 1839) e um livro baseado nas viagens pela Europa que Mary fez com Percy Florence e os amigos do filho, Rambles in Germany and Italy (1844). Mary Shelley morreu em Londres, em 10 de fevereiro de 1851.

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