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Gaudissart é um "artista da venda". Como um "parisiense na província", ele havia encontrado alguém mais malicioso que ele, mas terminou multimilionário, apesar de tudo, depois de fundar um banco. O tipo de vendedor cheio de lábia que ele representa em um grande número de obras da Comédia Humama deu lugar a um nome genérico que designa todos os Gaudissarts existentes, e que Balzac chama de "comediantes sem o saberem". Daí o título Gaudissart II, tornado nome genérico. Diz-se um gaudissart como se diria um "enrolador", que é o caso da cena na qual, sob o olho admirado do caricaturista Bixiou. Gaudissart é, com efeito, uma caricatura, Balzac escolheu bem seus personagens, encontra-se perfeitamente o tipo em uma venda de um chale que lembra uma comédia ou uma farsa. Ao mesmo tempo comerciante e fabricador de chales, instalado em Paris na esquina da rua de Richelieu e da rua de la Bourse, inventor do "chale Selim", ele consegue vender esse produto "invendável" a uma inglesa muito pitoresca. Este conto faz parte dos "divertimentos" a que Balzac se permitia às vezes a título de recreação. Mas ele abre, mesmo assim, horizontes sobre o fenômeno do comércio, dos empregados, das lojas, que Zola desenvolverá expondo as origens do consumo de massa.
Grož. ir negrož. literatūra