âHistÃģria dos Catadores no Brasilâ investiga homens e mulheres que viveram e vivem do trabalho com o lixo. Essa atividade ÃĐ antiga. Remonta a Atenas do sÃĐculo 500 a.C., criadora do primeiro lixÃĢo onde trabalhadores âespecializadosâ nessa funçÃĢo recolhiam e transportavam os dejetos para fora da cidade. Junto ao manejo do lixo, a reciclagem tambÃĐm ÃĐ uma prÃĄtica antiga. No Velho Testamento, por volta do sÃĐculo VIII a.C., IsaÃas propÃīs que se fizessem relhas e arados de lanças e foices. EvidÊncias como essas cortaram toda a Idade MÃĐdia atÃĐ o sÃĐculo XVIII, quando a reciclagem tornou-se um negÃģcio, conectando pobreza, lixo e reciclagem. Esse raciocÃnio ajuda a explicar o estigma historicamente construÃdo sobre as pessoas que trabalham com o lixo alheio. Ajuda tambÃĐm a desenvolver a hipÃģtese de que a reciclagem transformou-se numa atividade comercial apenas com o capitalismo, a partir dos sÃĐculos XVIII e XIX. Tais questÃĩes sÃĢo levadas e comparadas à realidade brasileira dos Últimos 200 anos. Nesse perÃodo, chega-se à presença dos catadores, vistos como uma parte bastante desgastada do mundo do trabalho. SÃĢo trabalhadores anÃīnimos, mostrados por rara documentaçÃĢo que deles fala indiretamente. Os catadores receberam maior atençÃĢo a partir da dÃĐcada de 1950, quando se fizeram mais visÃveis nas grandes cidades. Desse ponto, que conduz atÃĐ o final do livro, o roteiro da pesquisa e da narrativa prioriza a investigaçÃĢo sobre quem sÃĢo os catadores, o que eles pensam que sÃĢo e o que foram, e como eles gostariam de ser.