Grandes Entrevistas Ii

Isaac Soares De Souza

Jul 2016 · Clube de Autores

About this ebook

Os biógrafos de Raul Seixas, cuja maioria denota em suas obras literárias um certo grau de idolatria pela figura e trajetória do baiano que virou mito e, talvez, levados pelo fã (natismo) latente, nenhum deles tem a aprovação literal da família Seixas e principalmente no falar de Kika Seixas, (ex-esposa e viúva) responsável pelo espólio do cantor, que afirma não ver nenhuma verdade histórica na maioria dos livros publicados por admiradores de Raul, tem a figura do rockeiro/brega como a de um deus e grande filósofo . Eu estou incluso nesta lista de biógrafos não aprovada pela família Seixas, pois todos os livros que publiquei sobre a trajetória artística e pessoal do mago do rock nacional, que jamais existiria com tamanha lucidez e alicerce, não fosse a presença endeusada do baiano Raul, foram publicados e antes escritos com o coração saudoso e, portanto, passivo de equívocos. Não convivi com Raul como conviveram seus familiares, esposa e amigos mais chegados, entre eles fãs ardorosos, aproveitadores, empregados, governanta e músicos, que certamente e obviamente podem discursar mais verdadeiramente sobre a intimidade e pensamento do ídolo Raul, mas que até a presente data, passados mais de 25 anos de sua morte, nada realizaram literariamente para que a verdadeira história da vida pessoal e artística do baiano-mito, fosse contada. O fanatismo que impregna as biografias do soteropolitano Raul Santos Seixas, escamoteia a verdade sobre a figura humana do baiano maluco beleza, que na verdade foi um homem comum como todos os seres humanos, atrelado aos mesmos desajustes pessoais que acometem cada qual dos seres suscetíveis às intempéries da vida. Fadado ao fracasso ou levado ao sucesso pessoal e profissional como qualquer ser humano, dado às mesmas tristezas e alegrias, , fadado à traição ou à glória, inimizades e convivência difícil por conta de sua personalidade única e inflexível. Raul não foi nenhum gênio humano, mas sim um homem simples, apenas dotado de uma inteligência acima da média, mas cuja inteligência e honra eram forjadas e alicerçadas por outras inteligências que fizeram parcerias pouco louvadas e reconhecidas com o homem que deixou sua marca regstrada no universo após sua morte em 1989 e que permanecem vivas e louvadas em sua obra poética e musical de cunho mitológico devido à sapiência com que fora conduzida em sua trajetória única enquanto vivo. Raul era uma pessoa dif´cil de manter um relacionamento de amizade mais profundo com quem quer que fosse próximo, ele era único e não aceitava outra opinião que não corroborasse com a dele, intrínseco em sua jornada pessoal, arredio e talvez até mesmo levado a se sentir um dos mais corrosivos dos seres a habitar este orbe abissal, i mundo persigal e fadado a regurgitar sua própria desonra, para renovado, renascer das cinzas da estupidez tão peculiar à vida humana, que ele jamais compartilhou. Eu mesmo, que tive a honra e o prazer de partilhar da amizade e do pensamento do maluco beleza, posso garantir que a amizade com Raul era mesmo difícil, mas posso, também, afirmar que Raul foi um dos homens mais honrados que conheci e com quem aprendi a enxergar a vida com olhos de lince e a jamais me ajoelhar diante dos poder institucionalizado que vilipendia a vida humana e o pensamento. O que nos manteve amigos por uma era que se desdobrou em mas de três décadas, foi exatamente a distância que nos separava. Raul residia em São Paulo, ao passo que eu, pobre e simples mortal, amigo e admirador, morava no interior, numa cidadezinha com pouco mais de 35 mil habitantes, portanto, encontrava-me com Raul esporadicamente, de tempo em tempos, durante shows que ele realizava pelo interior afora e nossa ligação era maior através de correspondência e telefonemas que trocávamos vez ou outra. Eu, admirador confesso de toda a obra musical desse gênio esboçado, esse filho da dor e de sua trajetória humana, em 5 livros que escrevi e publiquei desde sua morte, biografias singelas e simplórias, pois n