Para a jovem Helena Campbell, nada é mais importante do que ver o misterioso Raio Verde, pois ela acredita na lenda segundo a qual quem o vê encontrará a pessoa ideal para se casar. Já para seus tios, os irmãos Campbell, nada vale mais do que a felicidade de sua linda sobrinha. Por isso, querem casá-la com o jovem e promissor cientista Aristobulus Ursiclos. E este não medirá esforços para se casar com Helena, mesmo que tenha de atrapalhar um pouco os planos da jovem de ver o Raio Verde.
Em busca do tal fenômeno, nossos personagens vão viver a maior aventura de suas vidas, enfrentando incríveis perigos e obstáculos através do mar e das montanhas da Escócia a fim de encontrar o lugar perfeito de onde poderão ver o inexplicavél Raio Verde.
Júlio Verne, que tantas vezes nos surpreendeu com as mais geniais obras de ficção e aventura, desta vez parte para a investigação de um dos maiores mistérios que até hoje a humanidade não conseguiu compreender nem desvendar: o amor.
Desde criança, Júlio Verne (1828-1905) já demonstrava espírito aventureiro. Tanto que seu maior passatempo era ouvir as histórias dos velhos marinheiros que perambulavam pelo cais do porto. Aos onze anos, arriscou-se numa primeira aventura. Fugiu de casa e se escondeu num navio cargueiro. Mas não passou da primeira escala do navio: seu pai o descobriu, e a aventura terminou com uma inesquecível surra de chicote.
Seu pai, cujos planos para o futuro do filho eram bem diferentes dos sonhos de Júlio — vê-lo formado em Direito —, não lhe deu outra opção a não ser estudar e tornar-se excelente aluno. No entanto, mesmo com os pés no chão, sua cabeça continuou viajando pelo mundo. Sua matéria predileta era geografia, e seu caderno vivia cheio de desenhos de mapas.
Quando jovem, Júlio Verne mudou-se para Paris, onde ignorou completamente os conflitos que aconteciam na França pós-Napoleão e participou ativamente da vida boêmia da cidade. Ficou amigo de grandes autores, como Victor Hugo e Alexandre Dumas.
Outra grande amizade que mudou a vida de Júlio Verne foi a do fotógrafo Félix Nadar, um apaixonado por balonismo, que o introduziu nessa mania francesa da época.
Júlio Verne escreveu então um romance sobre balonismo, que apresentou ao editor Jules Hetzel, um velho amigo de Nadar. E assim foi publicado o primeiro livro do escritor: Cinco semanas em um balão.
Em decorrência do sucesso da obra, Hetzel propôs a Júlio Verne um contrato de dois livros por ano, prontamente aceito e cumprido ao longo de quarenta anos.
Numa noite de 1905, já com setenta e sete anos, pediu à esposa que lhe trouxesse um exemplar de Vinte mil léguas submarinas, abraçou-se a ele, perguntou pelos filhos, fechou os olhos e morreu.