Malangue Malanga

· Iluminuras
E-book
72
Mga Page
Kwalipikado

Tungkol sa ebook na ito

"Compreensão é miragem", diz Wilson Alves-Bezerra no prefácio de seu diário/delírio de viagem por diferentes línguas e culturas que se misturam a ponto de não sabermos mais onde estamos e em que língua (e sobre o que) lemos. Aliás, pergunta-se o poeta, "cuando uno no está en su lengua materna, donde estará?". O taxista somaliano, de Malangue Malanga, está na terra do Tio Sam e conta, em inglês, que no seu país reza para Deus na mesma língua em que luta contra seus irmãos. Como compreender esse e outros paradoxos? Como compreender que "o culto irrestrito à liberdade encontra um limite na terra onde o chão não é meu, pero se disse que es nuestro"? A liberdade tem uma fronteira na terra, mas não na língua: com a língua, fazemos o que queremos, afinal, "cada um fala a língua que pode, e não se entende mesmo assim. Com as mezcla das mistura, ai sempre algo que se diz, algo que se perde, algo que se gana, algo que se desenganará". E voltamos então ao começo: "compreensão é miragem", ou, como diria Haroldo de Campos em Galáxias, "meço aqui este começo e recomeço". O diário de Alves-Bezerra é uma galáxia à moda Haroldo de Campos, mas uma galáxia que quer que a América Latina seja seu centro (ou melhor, a sua Via Láctea), unida pelo portunhol. Bezerra dialoga, é claro, com Wilson Bueno, Douglas Diegues e outros escritores que se dedicaram e se dedicam ao portunhol, língua franca que torna completamente porosa a fronteira do Brasil com o mundo. Mas a galáxia do poeta se expande para outras experiências linguísticas, como o spanglish, um francês macarrônico e mesmo um português que está longe de ser homogêneo. Chega-se, assim, a uma "No man's langue" que, por não pertencer a ninguém, abre as portas para todos. No português galáctico de Wilson Alves-Bezerra, fala-se infinitamente, mesmo quando se exige que a boca se feche. A avó, a tia e a mãe falam: "Fermez la bouche la langue la mouche. La buela cora zón no para. La tía cora cornalina. La madre cora som bandido". É a impossibilidade de calar que mantém a língua viva, mesmo que haja nela censuras, pois, na "orgia de silêncios", ecoam sons, aliterações e assonâncias, como "uma sirena urbana, una sereia humana, que trina o apita o llora del otro lado da rua". Um silêncio para se ouvir, um ruído musical. Essa é a língua que "a sombra do general" latino-americano ameaça, que a violência social quer calar, mas que, assim mesmo, é celebrada neste livro: "É o fim dessa lenga língua, da litania, do miserere da matilha, da novena, da dezena, da centena, da milícia. Celebrai a inutilidade da poesia". Dirce Waltrick do Amarante Sérgio Medeiros

Tungkol sa may-akda

Wilson Alves-Bezerra (São Paulo, 1977) é poeta, tradutor, crítico literário e professor de literatura no Brasil. É autor das seguintes obras literárias: Histórias zoófilas e outras atrocidades (contos, EDUFSCar / Oitava Rima, 2013), Vertigens (poemas em prosa, Iluminuras, 2015, que recebeu o Prêmio Jabuti 2016), O Pau do Brasil (poemas em prosa, Urutau, 2016-2020) e Vapor Barato (romance, Iluminuras, 2018). Tem livros publicados também em Portugal – Exílio aos olhos, exílio às línguas (Oca, 2017), O Pau do Brasil (Urutau, 2018-2020) e Necromancia Tropical (Douda Correria, 2021) – Chile – Cuentos de zoofilia, memoria y muerte (LOM, 2018) – Colômbia – Catecismo Salvaje (El Taller Blanco, 2021) – e El Salvador – Selección de Poesía (Secretaría de Cultura de San Salvador, 2021). Publicou ainda os seguintes ensaios: Reverberações da fronteira em Horacio Quiroga (Humanitas/FAPESP, 2008), Da clínica do desejo a sua escrita (Mercado de Letras/FAPESP, 2012) e Páginas latino-americanas – resenhas literárias (2009-2015) (EDUFSCar / Oficina Raquel, 2016). Atua como tradutor literário: traduziu autores latino-americanos como Horacio Quiroga (Contos da Selva, Cartas de um caçador, Contos de amor de loucura e de morte, todos pela Iluminuras), Luis Gusmán (Pele e Osso, Os Outros, Hotel Éden, ambos pela Iluminuras) e Alfonsina Storni (Sou uma selva de raízes vivas. Iluminuras, 2020, com bolsa da Fundação Pro Helvetia e Casa do Tradutor Looren). Sua tradução de Pele e Osso, de Luis Gusmán, foi finalista do Prêmio Jabuti 2010, na categoria Melhor tradução literária espanhol-português. É professor de Departamento de Letras da Universidade Federal de São Carlos.

I-rate ang e-book na ito

Ipalaam sa amin ang iyong opinyon.

Impormasyon sa pagbabasa

Mga smartphone at tablet
I-install ang Google Play Books app para sa Android at iPad/iPhone. Awtomatiko itong nagsi-sync sa account mo at nagbibigay-daan sa iyong magbasa online o offline nasaan ka man.
Mga laptop at computer
Maaari kang makinig sa mga audiobook na binili sa Google Play gamit ang web browser ng iyong computer.
Mga eReader at iba pang mga device
Para magbasa tungkol sa mga e-ink device gaya ng mga Kobo eReader, kakailanganin mong mag-download ng file at ilipat ito sa iyong device. Sundin ang mga detalyadong tagubilin sa Help Center para mailipat ang mga file sa mga sinusuportahang eReader.