Uma cidade junto ao mar que faz lembrar Génova, um obscuro caso de polícia, um cadáver anónimo, um homem que toma a iniciativa de tentar descobrir-lhe a identidade. Mas a investigação de Spino, o detective da história, não segue uma lógica de causa/efeito. Em vez das aparências visíveis ele procura os significados que estas aparências contêm, e a sua investigação corre sobre o fio ambíguo que separa o espectáculo do espectador. E assim, a investigação de Spino começa a descarrilar e da indagação sobre uma morte desliza para o plano das razões secretas que guiam uma existência, transformando-se numa espécie de queda livre, simultaneamente vertiginosa e inevitável: uma busca de cortar o fôlego na direcção de um objectivo que, como o fio do horizonte, parece afastar-se sempre de quem o persegue.Antonio Tabucchi nasceu em Pisa(1943-2012), onde fez os seus estudos, primeiro na Faculdade de Letras e depois na Scuola Normale Superiore. Ensinou nas Universidades de Bolonha, Roma, Génova e Siena. Foi Visiting Professor no Bard College de Nova Iorque, na École de Hautes Études de Paris e no Collège de France. Publicou 27 livros, entre romances, contos, ensaios e textos teatrais. As suas obras estão traduzidas em mais de 40 países. Recebeu numerosos prémios nacionais e internacionais. Sozinho, ou com Maria José de Lancastre, traduziu para italiano a obra de Fernando Pessoa. Considerando que a sua pátria é também a língua portuguesa, escreveu um romance em português, Requiem, 1991. O seu teatro foi levado ao palco, entre outros, por Giorgio Strehler e Didier Bezace. O Fio do Horizonte, Nocturno Indiano, Afirma Pereira e Requiem foram adaptados ao cinema respectivamente por Fernando Lopes, Alain Corneau, Roberto Faenza e Alain Tanner.