Com tradução de Catarina Ferreira de Almeida e introdução de João R. Figueiredo.
Na Inglaterra vitoriana, o famoso artista Basil Hallard pinta o retrato de Dorian Gray, homem jovem, de uma beleza inspiradora. Imerso num ambiente hedonista que cultiva o prazer, o belo e a juventude como valores absolutos, e atormentado pela ideia de decadência física que inevitavelmente chegará, Dorian Gray deseja que aquele retrato envelheça no seu lugar. Para tal, está disposto a abdicar até da sua alma.
Publicado inicialmente em 1890 , O Retrato de Dorian Gray, foi recebido com escândalo, classificado como imoral e censurado. Mais tarde, Oscar Wilde dará ao prelo uma nova versão do influente romance filosófico como hoje o conhecemos, defendendo o seu trabalho num prefácio histórico, que constitui, ele próprio, um manifesto literário e artístico em defesa da arte e dos direitos de quem a cria. Uma obra virtuosa de um dos autores mais emblemáticos da literatura moderna.
Oscar Wilde nasceu a 16 de outubro de 1854, em Dublin. Filho de um médico de renome e de uma poetisa, cresceu num ambiente protestante, rodeado de intelectuais. Mais tarde, escolheu converter-se ao catolicismo.
Oscar Wilde era muito estudioso. Em 1871, recebeu a sua primeira bolsa de estudo para ingressar na Trinity College, em Dublin. Anos mais tarde, é eleito o melhor estudante de Grego da Universidade, o que o fez ganhar uma bolsa para estudar em Oxford, onde também se formou com distinção. Mudou-se para Londres, e foi então que se iniciou na escrita, publicando, em 1881, Poems.
Após afirmar-se como escritor, poeta e dramaturgo, Oscar Wilde viajou até Nova Iorque, no papel de conferencista, onde se relacionou com algumas personalidades do meio literário, como Walt Whitman, que muito o influenciaria.
Em 1891, publicou Intentions, a primeira abordagem ao Movimento Estético, também conhecido como Dandismo. No mesmo ano, lançou o seu primeiro e único romance, O Retrato de Dorian Gray, por muitos considerado uma obra-prima da literatura mundial.