A visÃĢo de Marco Antonio Martire ÃĐ dos antigos cronistas. Suas crÃīnicas buscam os fatos que passam desapercebidos. Como Paulo Mendes Campos, "causos" sÃĢo elaborados, revistos e complementados pela sensibilidade do cronista. A ironia, notÃĄvel em sua construçÃĢo narrativa, ÃĐ uma aliada que transpira esta distinçÃĢo. O autor de O gato na ÃĄrvore se mantÃĐm um observador que utiliza de uma pretensa neutralidade para escancarar um sentimento seu. Ao fazÊ-lo, convida o leitor a sentar-se com ele nesta mesa de bar literÃĄria. Como um amigo que relata seus prazeres e dores, passamos a compartilhar da mesma sensaçÃĢo. O inevitÃĄvel ÃĐ ser parte da histÃģria. A crÃīnica deve ser sutil e forte, marcante e leve, uma combinaçÃĢo delicada. Martire alcança este feito. O que descreve em suas crÃīnicas ÃĐ um campo interior que existe desde a primeira pessoa que olhou o cÃĐu e notou sua pequenez perante os encantos e perigos do universo. O autor presta à crÃīnica a homenagem a seus precursores e aponta o novo caminho. Este livro ÃĐ um companheiro com quem trocamos uns dedos de prosa e seguimos nosso rumo, mudados. Um instante em que toda uma vida surge ou em que mais uma crÃīnica ÃĐ criada. Daniel Russell Ribas
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