O sussurro das estrelas

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Quinze anos depois da morte de Naguib Mahfuz, coletânea reúne contos inéditos do escritor egípcio, o único autor árabe agraciado com o Nobel da Literatura. Os manuscritos, guardados em uma pasta, foram descobertos recentemente por um pesquisador no Cairo. A publicação desses contos estava prevista para 1994, ano em que o escritor sofreu um atentado por extremistas islâmicos e perdeu os movimentos da mão direita

Enquanto fazia a pesquisa para escrever um livro sobre uma das obras de Naguib Mahfuz (1911-2006), o jornalista egípcio Muhammad Shoair frequentou a casa da filha do escritor, em busca de documentos. Durante a empreitada, ele conta ter encontrado uma caixa com dezenas de contos manuscritos, com a indicação "para publicar em 1994". Após um levantamento, descobriu que, embora boa parte dos textos já tivesse saído em uma revista egípcia, havia dezoito inéditos.

Depois da análise, a filha do escritor, Umm Kulthum, decidiu publicar esses dezoito contos em livro, por uma editora libanesa. Foi Umm Kulthum quem escolheu o título da coletânea, emprestado de um dos contos: O sussurro das estrelas – um paralelo com a primeiríssima publicação do pai, a coletânea de contos O sussurro da loucura, de 1938.

É esta a edição lançada agora pela CARAMBAIA, pelo selo Ilimitada, traduzida diretamente do árabe por Pedro Martins Criado. O volume traz também uma introdução do britânico Roger Allen, o principal especialista ocidental em sua obra.

Perihal pengarang

Naguib Mahfuz (1911-2006) é até hoje o único escritor de língua árabe agraciado com o Nobel de Literatura (1988). Poeta, romancista, cronista e contista, Mahfuz deixou uma obra extensa e diversificada. Seus primeiros livros, publicados entre o final da década de 1930 e o início da de 1940, são romances históricos ambientados no Egito antigo. Numa segunda fase de produção, o realismo social contemporâneo ganha espaço, e sua obra passa a enfocar as condições político-sociais e as relações entre os estratos da classe média egípcia. A essa fase pertencem, por exemplo, O beco do Pilão (1947) e Começo e fim (1949, inédito no Brasil). Tal fase culmina na escrita de Entre dois palácios, O palácio dos desejos e O jardim do passado – conhecidos como a Trilogia do Cairo, a qual viria a se tornar seu magnum opus.

Os críticos identificam como sua terceira fase de produção a mais longa, cujo marco inicial é o lançamento, em folhetim, de Os filhos do nosso bairro, no jornal Alahram, em 1959. Com uma narrativa de forte caráter simbólico, essa obra, na época, foi banida no Egito por causa das alegorias empregadas por Mahfuz para aludir a figuras sagradas do Islã, como Moisés, Jesus e Maomé. Além do caráter supostamente herético, o livro apresentou também uma crítica à Revolução de 1952 e ao governo Nasser, os quais Mahfuz viu como tentativas fracassadas de promover as mudanças sociais que considerava necessárias. A partir desse livro, seus textos passam a discutir temas como o existencialismo e o absurdo, o debate entre tradição, religião e modernidade, e seus personagens ganham em dimensão psicológica. Assim nascem títulos como O ladrão e os cães (1961) e Miramar (1967).

Em 1988, o reconhecimento com o Nobel da Literatura foi um marco não só para sua carreira e sua difusão internacional, como para a própria literatura árabe. Em seu discurso escrito para a cerimônia, da qual não pôde participar por motivos de saúde, Mahfuz se afirma como um autor do Terceiro Mundo e clama para que as grandes potências não observem passivamente a luta cotidiana dos desfavorecidos pela sobrevivência.

No mesmo ano, Salman Rushdie lançaria Os versos satânicos, com as representações do poeta Maomé que lhe renderam a emissão de uma fátua pelo Aiatolá Khomeini, ordenando a execução do autor britânico-indiano. Mahfuz se posicionou contra a proibição do livro e da sentença contra o autor, o que contribuiu para reacender a polêmica sobre seu livro de 1959, Os filhos de nosso bairro. Assim, na manhã do dia 14 de outubro de 1994, dois extremistas atacaram o escritor, então com 82 anos, na porta de sua casa, e o esfaquearam no pescoço. Mahfuz sobreviveu ao atentado, mas teve sequelas permanentes nos nervos dos membros superiores, perdendo então a habilidade de sua mão de escrita. Seus últimos livros foram ditados à filha. Naguib Mahfuz faleceu devido a insuficiência renal, aos 94 anos de idade.

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