NÃĢo ÃĐ fÃĄcil inovar em literatura. Tudo parece jÃĄ ter sido dito. Todas as formas parecem jÃĄ ter sido experimentadas. A melhor fÃģrmula, contudo, parece a mais simples: ter uma boa histÃģria para contar. O resto ÃĐ consequÊncia. Existem, claro, aqueles que pretendem reinventar a forma, revolucionar a linguagem, quebrar paradigmas, mudar tudo. Cada autor com suas ambiçÃĩes. Cada leitor com seus gostos. HÃĄ quem se interesse por todo tipo de experimentaçÃĢo. Bom ÃĐ aquilo que funciona. Vincent Petitet ÃĐ mais uma revelaçÃĢo da literatura francesa, que, desde a revoluçÃĢo Michel Houellebecq, nÃĢo para de se renovar. Os mortos nÃĢo estÃĢo mais sÃģs ÃĐ um romance original, livre das amarras do realismo superficial e da imobilidade do velho Novo Romance. Nietzschiano, imprevisÃvel, vitalista, mergulhado na relaçÃĢo com o extraordinÃĄrio, o sobrenatural, mostra a metamorfose de um executivo, que leva da sua empresa um pÃĐ na bunda sem maiores consideraçÃĩes, em um ser humano em busca de uma nova existÊncia. Existe vida depois do trabalho? Existe sentido quando nÃĢo pode mais correr atrÃĄs de metas? Este ÃĐ um livro para ser degustado, compreendido e sentido. Fluente, legÃvel, poÃĐtico, constrÃģi uma atmosfera que exala o seu perfume e embriaga â ou hipnotiza? â o leitor na sua caminhada