Na manhã de 15 de fevereiro de 1630, uma esquadra holandesa com cerca de 70 navios e aproximadamente 6.000 soldados ocupou o litoral pernambucano entre Olinda e Recife. Em meio a armas e suprimentos, chamava atenção a presença de inúmeros mercadores judeus portugueses. Na realidade, eles não eram simples passageiros, mas parte fundamental do projeto por falarem o idioma local e serem mestres no comércio de açúcar. Com muito trabalho, ergueram uma comunidade judaica pioneira em reduto antes controlado a ferro e fogo pela Inquisição. Dessa forma, Recife foi um oásis para um povo exposto à tirania desde a expulsão da Espanha, em 1492. No entanto, os portugueses voltaram ao poder em 1654 após severas batalhas. Outra vez ameaçados, os judeus embarcaram às pressas, alguns em direção à Europa, outros às Antilhas. Por capricho do destino, um grupo de 23 refugiados desembarcou na colônia holandesa de Nova Amsterdã, atual Nova York. Em 12 de setembro de 1654, eles comemoraram o primeiro Rosh Hashaná na história dos Estados Unidos e lançaram as bases da comunidade norte-americana.