"Quando regresso do mar venho sempre estonteado e cheio de luz que me
trespassa. Tomo então apontamentos rápidos – seis linhas – um tipo – uma
paisagem. Foi assim que coligi este livro, juntando-lhe algumas páginas
de memórias. Meia dúzia de esboços afinal, que, como certos quadrinhos
do ar livre, são melhores quando ficam por acabar. Estas linhas de
saudade aquecem-me e reanimam-me nos dias de Inverno friorento. Torno a
ver o azul, e chega mais alto até mim o imenso eco prolongado... Basta
pegar num velho búzio para se perceber distintamente a grande voz do
mar. Criou-se com ele e guardou-a para sempre. – Eu também nunca mais a
esqueci..."