Em sua obra-prima, Raymundo Faoro examina quase seis séculos de história para traçar as raízes do patrimonialismo brasileiro e a formação do estamento burocrático, que se apropria dos aparatos políticos-administrativos e usa o poder público em benefício próprio. Publicada pela primeira vez em 1958, Os donos do poder utiliza conceitos da sociologia weberiana — até então relativamente pouco difundida no país — e converteu-se em um clássico de interpretação do Brasil, destacando-se por sua análise original e erudita.
Esta edição inclui prefácio de José Eduardo Faria, posfácio de Bernardo Ricupero e Gabriela Nunes Ferreira, além de três textos de fortuna crítica, que demonstram como Faoro construiu um trabalho cuja pertinência para a compreensão das relações entre Estado e sociedade se estende até os dias de hoje.
"Pensar o Brasil passou a ser algo diferente a partir do livro clássico de Faoro." — Celso Furtado
" Os donos do poder é uma análise admirável do funcionalismo como fator decisivo não apenas na organização política e social do país, mas da própria unidade nacional." — Antonio Candido
RAYMUNDO FAORO nasceu em Vacaria (RS), em 1925. Jurista, foi presidente da Ordem dos Advogados no Brasil entre 1977 e 1979. É autor de Os donos do poder, Machado de Assis: A pirâmide e o trapézio, entre outros títulos . Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2003, aos 78 anos.