Apesar de abarcar três décadas de produção escrita, este livro não poderia ser mais atual e urgente, num mundo cada vez mais irracional e hostil aos fatos. Já na sua introdução apaixonada, Richard Dawkins faz um alerta insistindo para que a razão volte a ser protagonista e que os sentimentos — mesmo aqueles que não representam coisas abjetas como a xenofobia, a misoginia e outros preconceitos — fiquem de fora das escolhas eleitorais. Em mais de quarenta ensaios, artigos, palestras e cartas, recentemente revistos pelo autor, são escrutinadas uma série de questões, entre elas a importância das evidências empíricas, e há uma crítica enfática da má ciência, da presença da religião nas escolas e de movimentos como os que negam a gravidade das mudanças climáticas. Com o ardor de sempre, o cientista defende "a verdade sagrada da natureza" e homenageia as glórias e as complexidades do mundo natural com seu virtuosismo típico.
Neste momento em que pessoas nos altos cargos dos governos questionam a evolução, Dawkins se pergunta o que Darwin pensaria de seu próprio legado e celebra a ciência, que possui muitas virtudes das religiões, mas está livre do lado negativo da superstição e do preconceito.
Richard Dawkins nasceu em Nairóbi em 1941 e cresceu na Inglaterra, ganhando fama com sua icônica obra O gene egoísta, de 1976. É autor também dos best-sellers O relojoeiro cego; A escalada do monte Improvável; Desvendando o arco-íris; A grande história da evolução; Deus, um delírio; O maior espetáculo da Terra e A magia da realidade, e da coleção de ensaios O capelão do Diabo, publicados no Brasil pela Companhia das Letras, além de outros títulos.