Neste livro a autora discute a relação entre o modernismo e a música popular. Uma de suas idéias centrais é a de que a música popular concretiza um certo ideal modernista que valoriza o despojamento e rompe com as tradições associadas a determinadas concepções de erudição. Compositores como Noel Rosa e Lamartine Babo levaram às últimas consequências o culto da simplicidade, adotando um tom mais coloquial e desenvolvendo uma estética lírica que recorre à paródia e à ironia. Analisando não só as estruturas musicais, mas também os arranjos orquestrais e os estilos de interpretação do período modernista, esse estudo mostra ainda que, na maioria das vezes, a idéia de uma linguagem associada ao cotidiano da gente simples conciliava-se com o sublime e o tradicional.