Alexander Aleksandrovich Bogdanov, nascido na Bielorrússia, em 22 de agosto de 1873, foi um cientista, economista, filósofo, médico, poeta, escritor de ficção e revolucionário marxista ao lado de Lenin. Batizado como Alexander Malinovsky, o jovem, ainda era estudante de medicina, foi exilado por cinco anos, em virtude do seu ativismo político anti-czrista. Durante o exílio, conheceu e casou-se com Natalya Bigdanova Korsak, assumindo o pseudônimo Bogdanov, como escritor político. Em sua volta ao país, retornou à medicina, sem abrir mão do ativismo político, até ser preso e exilado novamente. O cientista se uniu ao partido bolchevique, em 1903, tornando-se um dos principais intelectuais do movimento. O revolucionário sustentava que o partido só poderia trabalhar através de organizações ilegais, em virtude da supressão dos partidos políticos. O pensamento divergia de Lenin, e Alexander acabou expulso do partido, em 1909. Exilou-se voluntariamente na Itália, retornando durante a I Guerra Mundial para ajudar a tratar os soldados feridos, quando teve contato com novas técnicas trazidas pelos aliados, entre elas, a transfusão sanguínea. Após 1911, do ativismo político passou a escrever sobre filosofia, cultura e economia. Longe do partido Bolchevique, tornou-se um dos líderes e organizadores do Proletkult, movimento literário da cultura proletária. Não participou da Revolução Russa, em 1917, tornando-se um crítico de algumas políticas bolcheviques. Em 1921, deixou definitivamente a política, dedicando-se inteiramente à ciência. Alexander estava preocupado com a "linguagem da ciência". Apesar de reconhecer os avanços proporcionados pela especialização, julgava ser necessário o estabelecimento de uma forma de interação entre as diversas áreas especializadas, a partir de uma terminologia comum, e essa foi uma das motivações que o levaram a propor a Tectologia, uma disciplina que consistia em unificar todas as ciências sociais, biológicas e físicas, considerando-as como sistemas de relações e buscando os princípios organizacionais pertencentes a todos os sistemas. Ele também sugeriu um "princípio empírico monístico" para descrever como a observação permitia a obtenção de conclusões essenciais sobre como a natureza, a matéria física e o comportamento poderiam ser integrados num sistema maior. Seu sistema tectológico seria uma maneira de compreender tudo: arte, música, literatura, política, biologia e etc. Todo o espectro da experiência humana. Em 1924 iniciou experiências com transfusão sanguínea, impressionado com o potencial do método. Bogdanov não introduziu a transfusão em seus próprios pacientes, mas utilizou em si mesmo e em estudantes de medicina, entusiastas de seus estudos. O autor incorporou a ideia de transfusões de sangue regulares em Estrela Vermelha. Naquela época, as transfusões ainda eram arriscadas, mas Bogdanov estava fascinado com a técnica e passou a propôr que a vida seria radicalmente alongada por meio das transfusões de sangue humano dos mais jovens para os mais velhos, buscando assim a imortalidade. Partindo de sua própria teoria tectológica, passou a pregar o estabelecimento de um sistema comunista de troca mútua de sangue, pelo bem de todos os soviéticos. Com o conhecimento limitado sobre a transfusão sanguínea, Alexander não teve os cuidados mínimos necessários para lidar com o experimento. A falta de rigor, e conhecimento com transfusões, fez com que ele recebesse sangue infectado com malária e tuberculose, o que o levou a óbito, em 07 de abril de 1928.