Desinformação, infodemia, discurso de ódio, e fake news: Saiba o que são e como se informar online de forma saudável
About this ebook
“Mas informação não é necessariamente mais informações”
“A melhor arma contra a desinformação é o hábito da leitura,
agora, também a inteligência artificial”
Quando ainda jovem, muito antes da geração da internet, onde informação voa nas asas de avião, lembro dos boatos de pessoas famosas. Geralmente, eram coisas do tipo “Michael Jackson fez isso”. Não tinha como checar as informações, era basicamente impossível. Isso facilitava a propagação de boatos. Mesmo hoje, na geração da informação, ainda caímos em boatos sem base; com exceção de que temos como checar, muitas vezes na fonte, mas escolhemos a versão mentirosa.
Na defesa de um dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, o advogado usou uma fake news na defesa. A vítima da fake news era um ministro do STF, o ministro Roberto Barroso. Gentilmente, o ministro explicou a história e comentou que o deputado envolvido havia gravado um vídeo explicando o ocorrido, mas a versão falsa prevaleceu. O estudo que mostrou a correlação entre vacina e autismo foi desmentido várias vezes por outros pesquisadores, além de ter sido retratado pelos pesquisadores. Mesmo assim, a versão falsa, que criou o movimento antivacina, prevaleceu. Ou seja, a mentira é mais atraente do que a verdade, mesmo quando a verdade tenta desesperadamente arrombar a porta.
Na teoria de redes complexas, temos essa teoria do mundo pequeno. Basicamente, feita quando ainda por cartas, mostrou-se que se podia chegar a qualquer pessoa no mundo, mesmo o presidente. De forma simples: você deveria mandar uma carta para uma pessoa que gostaria de alcançar ou para uma pessoa que talvez conheça a pessoa, ou conhece alguém que conhece a pessoa. Isso quando ainda erávamos separados. Hoje, você pode mandar um e-mail direto para o presidente. No Twitter (agora X), a ganhadora do Nobel da Paz me segue no Twitter, e autores de livros que gosto também; já interagir com Paulo Coelho e Garry Kasparov. Todos já me responderam no Twitter, ou interagiram.
Tudo isso para dizer que uma informação mesmo antes da internet poderia chegar a qualquer canto do mundo; hoje isso chega em segundos, ao mesmo tempo em qualquer canto do mundo. Infelizmente, como no passado, ainda assim os boatos, agora turbinados, chegam aos cantos mais distantes do mundo.
Vamos explorar nessa obra como pensar sobre o assunto. No final, vou apresentar formas práticas de se defender dessas desinformações. Desinformação pode levar uma pessoa a tomar decisões erradas. Como se diz no mundo da ciência de dados: lixo que entra lixo que sai. Isso para chamar a atenção para dados ruins ou falsos na entrada dos modelos, não existe milagre.
Espero que gostem da leitura!
Jorge Guerra Pires,
Ouro Preto, 2023.
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About the author
Venho escrevendo e ensinando modelagem de sistemas biológicos para leigos desde o doutorado, onde lancei alguns cursos locais, na Universidade de L’Aquila, onde fiz meu mestrado e doutorado. Desde então, tenho alimentado um canal do YouTube, blogs e outras formas de disseminar conhecimento e discussões, com um forte enfoque online.
Sou literalmente apaixonado por biologia, matemática, programação, e qualquer coisa que faça meu cérebro funcionar!
Possuo um doutorado pela Universidade de L’Aquila/Itália, reconhecido no Brasil pela Universidade de São Paulo (USP) em bioinformática. Fiz 2 pós-doutorados, um pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e outro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Também fiz um mestrado duplo pela Universidade de L’Aquila e Técnica de Gdansk/Polônia; minha graduação é pela Universidade Federal de Ouro Preto em Engenharia de Produção.
