Sem abandonar a profissão de pediatra e nem sua cidade natal, a pequena Rutherford, nos Estados Unidos, William Carlos Williams tornou-se um dos grandes nomes da poesia em língua inglesa.
Opondo-se a uma linguagem hermética e rebuscada, o autor do épico Paterson coloca no centro de sua obra personagens, cenas e objetos do cotidiano — uma senhora pobre mascando ameixas, "como que enchendo o ar", o vaso de flores "de todo obscuro/ garrido em sua capa de musgo", a folha de papel "arrastada aos trancos/ e barrancos/ pelo vento".
Nesta reedição da antologia organizada e traduzida por José Paulo Paes na década de 1980, o leitor encontra uma seleção cuidadosa dessa produção. Dispostos em ordem cronológica, os poemas reunidos permitem observar a transformação do estilo de Williams, marcado por descrições que podem ser lidas a um só tempo como instantâneos da realidade e como retratos impressionistas que se abrem para experiências metafísicas.
WILLIAM CARLOS WILLIAMS nasceu em Rutherford, Nova Jersey, em 1883. Associado aos movimentos modernista e imagista, suas obras mais importantes são Kora no Inferno, Primavera e o mais e Paterson, poema épico em cinco volumes. Em paralelo à poesia, atuou como pediatra até o fim da vida. Morreu em 1963, ano em que foi homenageado postumamente com o prêmio Pulitzer por seu último livro, Quadros de Brueghel e outros poemas.