Após o fracasso da utopia neoliberal, o grande consenso ideológico do nosso tempo é a capacidade das tecnologias da comunicação induzirem dinâmicas sociais positivas. A economia do conhecimento é considerada, de forma unânime, como solução para a deterioração especulativa dos mercados; as redes sociais são o remédio para a fragilização de nossa vida nômade e globalizada; a ciberpolítica aspira a regenerar nossas democracias exaustas... Gostamos de imaginar a internet como uma espécie de ortopedia tecnológica capaz de transformar os dilemas práticos herdados da modernidade, até sua virtual superação. Sociofobia questiona, em primeiro lugar, esse dogma ciberfetichista. A ideologia da rede vem gerando uma realidade social diminuída, não aumentada. Simplesmente tem rebaixado nossas expectativas quanto ao que cabe esperar da intervenção política ou das relações pessoais. Por isso, Sociofobia realiza, em segundo lugar, uma ambiciosa reavaliação crítica das tradições políticas antagonistas, para pensar o pós-capitalismo como um projeto factível, próximo e amigável.
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