«Escrevi este livro com mais rapidez do que qualquer outro, e é uma grande piada; acho, apesar disso, que é uma leitura alegre e fácil: umas férias de ser escritora.»
São estas as palavras que se podem encontrar numa das entradas dos diários de Virginia Woolf, datada de 18 de Março de 1928, e com as quais a autora se refere ao seu então recém-terminado Orlando: um livro escrito de um só fôlego — no breve espaço de cinco meses —, que se quis leve, divertido, absolutamente satírico e, acima de tudo, livre. Obra virada para a modernidade, para o futuro, Orlando é um dos raros momentos em que a literatura, rompendo barreiras e o pudor de uma época, alcança a intemporalidade, para nunca mais se sentir datada ou ultrapassada na sua coragem, beleza e estilo.
Recuperando o espírito com que foi escrita — ser leitura e divertimento —, a Cavalo de Ferro repropõe, com nova tradução fiel ao texto e ilustrações originais, um dos grandes romances de Virginia Woolf, sacudindo o pó e o peso do seu estatuto na história da Literatura.
Tradução de Miguel Romeira.
Os elogios da crítica:
«[ Orlando] pertence àquele género de obras só possíveis num escritor que, além de génio, tenha uma profunda cultura literária, e se encontre num momentoespecial. (...) Uma obra-prima que merece esta nova tradução, que não a desmerece.»
Luís M. Faria, Expresso [5 estrelas]
«Uma fantasia, impossível, mas deliciosa... uma exuberância plena de vida e inteligência.»
The Times Literary Supplement
Nascida em Londres, em 1882, Virginia Woolf é um dos nomes maiores da literatura mundial. Membro do Grupo de Bloomsbury, onde se juntavam nomes como John Maynard Keynes ou E. M. Forster, foi figura proeminente do modernismo inglês, autora de algumas das obras mais lidas e aclamadas em todo o mundo, entre as quais se contam Mrs. Dalloway, As Ondas, Rumo ao Farol ou Orlando, assim como fundadora da Hogarth Press, editora que publicou, entre outros, T. S. Eliot ou Gertrude Stein. Sofrendo durante toda a sua vida de problemas relacionados com depressão, acaba por se suicidar, em 1941.