As memórias francas, por vezes imensamente divertidas, por vezes brutalmente chocantes, do percurso militar de um capitão miliciano do Exército Português, enviado para a Guerra Colonial na Guiné e em Moçambique, onde se cruzou com Spínola, Kaúlza de Arriaga e outros homens e mulheres que o marcaram para o resto da sua vida.
"Tive tempo, muito tempo mesmo, enquanto estive em África, principalmente na Ilha de Metarica, durante as horas mortas no aquartelamento, ou nas operações de dias e dias pela mata, para pensar na minha vida e nos meus problemas, e cheguei à conclusão que era necessário relativizá-los, por muito grandes que eles me parecessem, perante a gravidade de certas situações com que me deparei na guerra. Não quis definir metas para a minha vida para quando regressasse a Portugal, mas tinha a certeza de que voltaria um “homem” novo e em variados aspetos – humano, social, político e principalmente sexual - foi ali, em África, que cheguei finalmente à conclusão de que, apesar da minha orientação sexual não ser a mais comum, eu era um homem normal."