Nesses mais de dois mil anos, a Igreja andou por caminhos nunca imaginado por seu fundador. Para percorrê-los foi preciso muita luta, muita perseverança, muita fé e, sobretudo, muita misericórdia de seu avô. Sim, não fosse a misericórdia do pai daquele que lançou a pedra fundamental em Mt 16,18, a Igreja não teria chegado tão longe e com tantos sinais de vitalidade ainda. Claro que a Igreja enfrentou alguns momentos cruciais, como aquele em onde os cristãos, que não negasse a Cristo, poderia ter sua vida encerrada numa arena, sendo devorado pelos leões, apenas para servir como diversão para a elite do império. Mas, esta fase, apesar de ser de uma crueldade ímpar, nem dá para afirmar, com certeza, que foi a pior vivida na solidificação daquilo que Cristo pretendia. Outros períodos foram também muito difíceis e, como nunca foi diferente, serviram para impregnar ainda mais o mundo com a mensagem trazida pelo Nazareno. Muitos problemas e crises enfrentados pela Igreja tem tudo a ver com os posicionamentos políticos que as questões exigiam. Quando apenas o sagrado está envolvido na questão, as coisas acontecem num plano que os humanos não conseguem interferir. O problema começa a ficar grave, quando o plano em que as coisas começam a acontecer, desce ao nível do homem e ele não sossega enquanto não interferir na questão, imprimindo ali sua opinião e sua convicção. É, então, neste momento que a pergunta “Política na Igreja?” é pertinente. Para transitar por todas essas crises e fases complicadas, lógico que exigiu um posicionamento político da Igreja. A complicação fica mesmo, para quando acontece o desvio da finalidade nas atitudes que os condutores da Igreja tomam.