Ao longo da leitura de Autobiografia de um iogue, Yogananda vai nos seduzindo pouco a pouco. Não se gaba do que veio a conquistar em seu caminho espiritual em nenhum momento, mas principalmente no início retrata a si mesmo de maneira humilde, um jovem que sonhava conhecer o Himalaia, e que se interessava mais pelos monges e gurus do que por sânscrito ou matemática. Os milagres, grandes ou pequenos, ficam em segundo plano, tudo o que lhe interessa descrever de fato é como, desde o início, ele sempre esteve em busca de Deus – com Seus muitos nomes e nuances.
Assim, não se trata de uma obra que queira provar alguma coisa. Até mesmo Yogananda só passou a acreditar em certas coisas depois de vivenciá-las. O ceticismo fazia parte de seu dia a dia, tanto que precisou ver para crer em muitos dos milagres dos santos e das santas que cruzaram o seu caminho; ou melhor, que ele tratou de ir atrás. Foi amigo tanto de cientistas quanto de gurus, circulava tanto em meio aos mais ricos quanto entre renunciantes estritos, alguns dos quais sequer usavam roupas.
Mas a sua obra fala, em essência, de sua relação com Deus, e de como essa relação se refletiu diretamente em sua convivência com os seres humanos, os filhos de Deus, os reflexos do divino. No entanto, isso não fica tão evidente em nenhum momento do texto, não é algo que o autor quisesse nos trazer como uma espécie de mandamento, “Ame a Deus acima de todas as coisas”, não: Yogananda faz disso o seu exemplo de vida, é algo que fica subentendido nas entrelinhas, como uma fragrância perene fluindo de suas palavras. É assim que somos conquistados, é assim que esta leitura pode ser verdadeiramente transformadora.
Tendo influenciado desde os Beatles a Steve Jobs, esta obra segue sendo o maior e mais duradouro ponto de contato entre a espiritualidade da Grande Índia e o Ocidente.
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Número de páginas
Equivalente a aproximadamente 650 págs. de um livro impresso (tamanho A5).
Sumário (com índice ativo)
- Prefácio
- Agradecimentos do autor
- Autobiografia de um iogue (com os 48 capítulos originais)
- Epílogo: As aventuras de Makunda
Obs.: Este livro digital possui mais de 20 imagens espalhadas ao longo dos capítulos.
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[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi - saiba mais em raph.com.br/tpr ]
Paramahansa Yogananda (1893 - 1952) foi um iogue e guru indiano. É considerado um dos maiores emissários da antiga filosofia da Índia para o Ocidente. Através da Self-Realization Fellowship (SRF), a organização que fundou ao chegar aos Estados Unidos, foi pioneiro ao promover a prática da meditação por meio das lições que os estudantes recebiam em casa, pelo correio, para cumprir a sua missão mundial de difundir as técnicas de Kriya Yoga.