Inicia com uma exortação ao exercício da filosofia, considerada desde logo como uma disciplina cuja única meta é justamente tornar feliz o homem que a pratica. Após essa introdução, Epicuro transmite ao discípulo os tópicos que considera essenciais para essa busca permanente da felicidade. Fala sobre deuses, morte e vida, focando não na sua duração, mas na qualidade.
Na sequencia, analisa as várias modalidades de desejo, acompanhadas da necessidade imperiosa de controlá-lo, tendo em mira tanto a saúde do corpo quanto a tranquilidade do espírito, o que, por outro lado, não deixa de ser também uma boa definição do próprio prazer, tal como Epicuro o concebe.
Ao final afirma que o homem sábio jamais deve acreditar cegamente no destino e na fortuna como se estes fossem fatalidades inexoráveis e sem esperança, em resumo, defendo que a prática correta desses ensinamentos será capaz de levá-lo à mais completa felicidade, fazendo-o sentir-se como um deus imortal entre os homens mortais.
Trechos:
“Que ninguém se demore a buscar a sabedoria quando for jovem, nem se canse na busca dela quando envelhecer. Pois nenhuma idade é muito cedo ou muito tarde para a saúde da alma.”
“Devemos lembrar que o futuro não é totalmente nosso nem totalmente impedido a nós, de modo que não devemos contar tão certamente com ele, nem nos desesperar tanto temendo que não venha.”
“Não se trata de uma sucessão ininterrupta de bebedeiras e folias, nem de ato sexual, nem de prazeres de mesa requintada, que produzem uma vida agradável; é raciocínio sóbrio, buscando os fundamentos de toda escolha e abstenção, e banindo aquelas crenças pelas quais as maiores perturbações tomam posse da alma.”