A Vida Invisível

2019 • 140 minutos

Acerca de esta película

Década de 1940. Eurídice (Carol Duarte) é uma jovem talentosa, mas bastante introvertida. Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha, e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor.

Calificaciones y opiniones

Fiquei decepcionada com o filme. Está a kilômetros de distância do livro,que é maravilhoso e retrata de maneira bela, sensível, objetiva e ácida, a condição da mulher. Para tentar gostar do filme, procurei não compará-lo ao livro, já que é uma adaptação, mas mesmo assim, não funcionou. O filme é muito ruim. Os diálogos são fracos e em nenhum momento qualquer coisa que seja é contextualizada para a compreensão do espectador. No livro, a vida de Guida na casa da ex prostituta Filomena, retrata momentos significativos de sororidade e afirmação da força feminina em dar a volta nas adversidades advindas de um mundo patriarcal. Eurídice, de fato tem sua "vida invisível" e através de sua bela história e suas relações com todxs que a cercam, vemos que a invisibilidade atravessa todas as personagens femininas. No filme, nem mesmo o título lhe faz jus. Não tem nada nele que evoque a qualidade de vida invisível da protagonista. Ao contrário. É a vida de Guida que é protagonizada. E mal. No livro, as tentativas de Eurídice de construir algo para si eram minadas, seja pelo pai ou pelo marido. No Filme, isso não acontece com ela. De fato, o que o filme tenta nos contar é a história de duas irmãs que são perversamente mantidas afastadas por valores arcaicos e até mesmo permeados por machismo, mas longe de valorizar essa crítica. Enfatiza na falta que uma faz a outra, buscando provocar na audiência alguma emoção nos desencontros fortuitos por estarem ambas no mesmo lugar e não se verem, dos filhos de ambas se falarem sem terem qualquer noção de que ali existe um parentesco, enfim, uma artimanha bastante primária de tentar nos sensibilizar com essa suposta fatalidade. Fiquei chocada com o primarismo das cenas, um melodrama inverossímel, sem nenhuma ligação com o livro. Lamentável.

Apesar de algumas cenas fortes, não é justo desmerecer a obra prima. O Filme mostra situações de escolhas que tomamos na vida e tem atuações brilhantes. Sem dúvida um dos melhores filmes do ano passado. O desfecho é magnífico. Vale a pena!

Figurino bonito. Boa fotografia. História parcialmente interessante. Algumas cenas desnecessárias.