Mostrando que o feitiço ocorre geralmente entre pessoas muito próximas, o que contrasta com a imagem nativa e antropológica do pacifismo como marca da relação entre os povos xinguanos, a autora busca descrever como a feitiçaria pode ser uma antítese do parentesco e, ao mesmo tempo, dele derivada. "Se é verdade que tornar-se xinguano significa abdicar da violência guerreira, como mostram depoimentos de nativos reunidos por diversos autores que trabalharam na área, a feitiçaria revela que o processo de transformação de estrangeiro ou inimigo em xinguano não é um evento histórico isolado, mas algo que exige contínua recriação”, conclui.