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Todos nós somos frequentemente enganados pela incerteza, o que significa que subestimamos o impacto da sorte e dos eventos aleatórios em nossas vidas.
Usamos termos como “habilidades” e “determinismo” quando “sorte” e “incerteza” são necessários.
Em nenhum lugar essa discrepância é mais evidente do que no mercado de ações, onde “investidor capaz” deve ser substituído por “idiota sortudo”.
Em algumas profissões, simplesmente não se pode ter sucesso sem habilidades: é extremamente improvável que um encanador ou dentista tenha uma longa carreira sem saber o que está fazendo.
Infelizmente, a incerteza inerente dos mercados de ações significa que, assim como milhões de macacos martelando em máquinas de escrever por tempo suficiente podem eventualmente produzir Shakespeare, também investidores não qualificados podem produzir grandes recordes.
Na verdade, é muito provável que alguns o façam.
Considere, por exemplo, um grupo de 10.000 investidores que, para fins de argumentação, são relativamente incompetentes: a cada ano eles têm apenas 45% de chance de serem lucrativos.
Em outras palavras, seria basicamente melhor investir com base no lançamento de uma moeda.
No entanto, apesar de sua falta de habilidades, após 5 anos com base apenas em probabilidades, podemos esperar que quase 200 deles tenham sido lucrativos todos os anos.
Eles teriam um histórico impecável e receberiam elogios por suas habilidades excepcionais.
É claro que, a longo prazo, a incerteza que sustenta esses “tolos da incerteza aguda e bem-sucedida” se voltará contra eles. Wall Street viu muitos traders que, após anos de sucesso, tiveram um trimestre devastador em que perderam tudo em uma grande explosão.
Freqüentemente, seu sucesso de curta duração se devia ao fato de que eles simplesmente estavam no lugar certo na hora certa, ou seja, pura sorte.
Muitas vezes confundimos sorte e incerteza com habilidade e determinismo.
