Ao contrário do que ocorre no Ocidente greco-romano, no Oriente sempre se primou pela visão holística do homem e da natureza. Fiel às bases filosóficas do hinduísmo, do budismo, do confucionismo e do taoísmo, o pensamento oriental encontrou uma maneira de ver e tratar o ser humano bem diversa da ocidental. Fazem jus a essa tradição a medicina ayurvédica indiana e, mais conhecidas em nosso meio, a acupuntura e a fitoterapia chinesas. Vêm dali também as artes marciais, vinculadas principalmente aos fundamentos da filosofia taoísta, que possibilitam ao praticante, quando bem-orientado, vivenciar essa concepção holística, que se traduz não só em condicionamento físico, mas também em aumento de vitalidade e calma. Temos a felicidade de encontrar em nosso meio o mestre de Qi Gong, Cai Wen Yu, filho genuíno da tradição chinesa das artes marciais. Logo no primeiro contato com ele, o que se observa é que estamos diante de um pensamento vivo – do qual o leitor poderá ter uma ideia nas páginas seguintes – cuja fonte não são os livros. O conhecimento do mestre Cai Wen Yu é fruto da experiência prática diária, acumulada em anos de treino nessa arte milenar em que ele, com paciência, dedicação e entusiasmo, agora nos inicia.