Um período vermelho de nossa história, quando a cor rubra representava o sangue, o pau-brasil e o urucum, para tingir e esconder a vergonha que manchava o solo do mais belo país das Américas. Um período em que o tráfico humano, a devastação das matas e o aprisionamento de aborígenes eram os principais recursos financeiros diretos e indiretos de monarquias europeias. Um período de valores e dignidades trancafiados às algemas, aos vira-mundos e chibatas, representantes da ignorância, ambição e egoísmo dos civilizados. Um período em que a superstição e o fanatismo geravam o medo em nome do poder divino, como império das trevas. Um período em que a luta pela liberdade empunhava como armas a dor, o amor, o ódio e a amizade. Fatos da época: o desaparecimento do navio Lígia II, em 1793, e a ameaça à estabilidade da Igreja Católica. Uma ossada feminina e com idade de 2.000 anos, comprovada por exames de laboratório, agora deixava a todos os pesquisadores algumas perguntas: como foi parar no túmulo do velho frade? Seria a tal pesada caixa embarcada na França que o padre havia retirado do navio, carregando-a, o todo tempo? Uma história na história...