"Caracteristicamente, Bresser Pereira voltou-se para o problema cambial e seu impacto deletério sobre a produção industrial brasileira na terceira das fases aqui mencionadas, que, aliás, ainda, se desenrola. Novamente, como é típico de toda a obra de Bresser, sua produção sobre o tema é nada menos que vertiginosa. Bresser Pereira segue de perto o exemplo de Keynes como economista público, interessado não apenas em entender e intervir, mas também em persuadir o público da importância dos problemas e da natureza de sua solução. A criação de novos conceitos, como o de taxa de câmbio que preserva o equilíbrio industrial, é parte desse esforço, ao mesmo tempo criativo e didático, numa atividade que parece ser tão intensa quando se comemora seus oitenta anos, como sempre foi". Do Prefácio de Fernando Cardim de Carvalho "No livro fica clara a filiação keynesiana e estruturalista de Bresser-Pereira. Keynesiana porque entende que as decisões de "como produzir" são em boa medida induzidas pelas expectativas de demanda dos empresários, e que, assim, há uma forte interação entre oferta e demanda na economia; estruturalista porque além de buscar entender a problemática específica de desenvolvimento das economias periféricas, analisa o desenvolvimento como um processo de mudança estrutural em parte induzido pelo Estado". Da Apresentação de José L. Oreiro, Luiz F. de Paula e Nelson Marconi.