Dinis e Isabel é um conto de vitral em cinco atos. Nada de história e quase nada lenda: só o milagre das rosas em motivo. É uma pequena tragédia, toda íntima, sem indicações de costumes ou cenários mais que as estritamente indispensáveis para situar um drama de consciências. A ação finda no quarto ato: ecoa, em tragédia estática, no quinto. Pedro o Cru é a tragédia de Saudade; Dinis e Isabel, a do homem que amou uma Santa, a de uma Santa. Chamei-lhe em subtítulo, à Shakespeareana maneira, Conto de primavera, porque me pareceu resumir assim a intenção toda lírica do conto: – dar, dramatizada, uma visão de Livro de Horas, o sonho de alguém que uma manhã de primavera entrasse numa igreja e adormecesse, sob a influição fulgurante dos vitrais.